Caso aconteceu na terça-feira (18). Weslane Sousa conta que compras dela foram reviradas na frente das duas filhas e foi acusada, pelo segurança do supermercado, de ter roubado iogurtes.
A dona de casa Weslane Sousa denuncia ter sido vítima de racismo, nessa terça-feira (19), dentro de uma unidade do supermercado Mateus em Imperatriz, cidade a 629 km de São Luís. Ela conta que foi acusada, injustamente, de ter escondido um iogurte em um carrinho de bebê.
O vídeo que mostra a situação foi gravado pela própria vítima. Weslane Sousa tinha ido passar o dia na casa da mãe e foi ao supermercado, localizado no bairro Vila Redenção, na companhia dela e das duas filhas, de seis meses e seis anos.
Na saída do supermercado um funcionário, que não foi identificado, pediu a nota fiscal da compra para a dona de casa e checou a lista.
Weslane Sousa explicou que, em determinado momento, ele a acusou de ter escondido os iogurtes em uma parte do carrinho da bebê e pediu para que ela fosse para fora do supermercado para 'evitar constrangimentos'.
Nas imagens, gravadas por Weslane, as compras dela aparecem reviradas na porta do estabelecimento, enquanto ela explica que não havia roubado nada.
"No momento em que eu estava saindo ele pediu a nota fiscal para minha mãe. Ela deu. E aí, eu falei: 'a minha está mais na frente'. Ai, ele pegou, olhou, viu que estava tudo e depois, ele esbarrou em mim e disse: 'É o seguinte, você roubou uns 'danones' aí? Está no capô do carrinho da bebê e para evitar mais constrangimento, você vai tirando para fora'. E foi a hora que pedi para minha mãe gravar, mas nervosa, ela não conseguiu. Foi aí, eu escutei no rádio: 'É essa aí que estava saindo agora', a moça disse isso", contou.
Todo o constrangimento que a Weslane passou foi na frente da filha, de seis anos. A menina ficou bastante abalada com a situação, chorou muito e relatou para a mãe que estava sentindo dores no peito e medo.
A vítima fez um Boletim de Ocorrência online já que, no momento do crime, o atendente da delegacia estava em horário de almoço. Weslane acredita que foi tratada desta forma devido à cor da pele e pela forma simples como estava vestida.
"Minha mãe começou a gritar querendo falar com o gerente, veio duas moças se apresentando como gerente. Primeiro, veio uma, disse que era negra também e não aceitava aquele tipo de comportamento", disse.
A advogada da vítima, Sara Martins, protocolou uma solicitação pedindo as imagens do circuito interno de câmeras de segurança do supermercado.
"A situação como um todo é inadimissível desde o momento inicial, essa é a grande verdade. Ainda ontem nós pedimos as imagens das câmeras de segurança do supermercado, porque ainda que a gente faça esse pedido, no momento, ele geralmente não fornecem essas imagens. Mas nós já pedimos porque pelo vídeo a gente já consegue sentir a dor daquele momento", explicou a advogada.
Procurada, a rede de supermercados Mateus não se manifestou sobre as acusações.
G1 - Maranhão.
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