Neste início de semana (20/03) as chuvas persistem no Centro-Norte, comprometendo a colheita da soja em áreas do Maranhão, Piauí e Bahia, além de atrasar as operações de semeadura do algodão. O mesmo problema é enfrentado pelas principais regiões produtoras do Centro-Oeste, onde a soja ainda está em campo.
O motivo da forte atividade das chuvas está relacionado aos corredores de umidade presentes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Embora as chuvas possam vir na forma de pancadas isoladas e passageiras em outras áreas, no centro-norte elas se mantêm elevadas e persistentes. Enquanto isso, a massa de ar seco continua a atuar entre o Centro-Sul da Bahia e Minas Gerais, mantendo as temperaturas elevadas e os índices de umidade baixos. Isso agrava ainda mais as condições hídricas das principais lavouras da região.
Os produtores rurais estão atentos aos desafios impostos pelo clima e procuram alternativas para minimizar os impactos na produção. A expectativa é que, com o avanço das semanas, o tempo se estabilize e permita que a colheita e semeadura sejam concluídas com êxito.
Veja a previsão por região:
Norte
Uma massa de ar seco está avançando sobre o norte da região, diminuindo as condições de chuva em Roraima e no Baixo Amazonas, no Pará. Enquanto isso, na metade sul e leste da região, a combinação entre o calor e a umidade resulta em nuvens carregadas e condições favoráveis para chuvas expressivas em Rondônia, sudeste do Pará e Tocantins. Nessas áreas com tempo mais fechado, as temperaturas tendem a ser mais agradáveis, ao contrário dos setores com menos condições de chuva, onde o sol estará mais presente.
Nordeste
Os corredores de umidade da ZCIT seguem ativos e fortes sobre a região, garantindo chuvas abrangentes e expressivas do norte da Bahia até o litoral norte do Nordeste. As instabilidades avançam um pouco mais sobre as áreas do norte da Bahia, o que pode aliviar pontualmente a situação hídrica da região. Entretanto, o excesso de chuvas tem atrasado a colheita da soja e a semeadura do algodão no Maranhão. Os maiores registros de chuva podem superar os 50 mm em áreas como Pajeú (PE), Serra do Teixeira (PB) e Campo Maior (PI), chegando até 70 mm em Codó (MA). Mesmo com as chuvas, o calor segue forte na Bahia.
Centro-Oeste
A presença de uma ampla região de baixa pressão mantém as condições de chuvas elevadas sobre o Mato Grosso desde o início do dia, com a possibilidade de temporais localmente fortes a qualquer momento. No período da tarde, a combinação entre o calor e a umidade reforça essas chuvas, que avançam por todo o estado de Goiás e norte do Mato Grosso do Sul. Os maiores registros de chuva podem ser observados sobre o Norte Araguaia (MT), com acumulados acima de 60 mm. Essas chuvas continuam atrapalhando a colheita da soja em algumas regiões, mesmo que no Mato Grosso a colheita esteja chegando ao fim.
Sudeste
As instabilidades devem ocorrer sobre a metade sul da região, principalmente ao fator termodinâmico (combinação entre calor e umidade). As chuvas surgem no final da tarde, na forma de pancadas isoladas, pontualmente os eventos devem ser intensos acompanhados de trovoadas e vendavais. Na região de Bragança Paulista (SP) e Frutal (MG) os acumulados podem passar dos 15 mm ao longo desta segunda. Por outro lado, áreas do norte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, devem ter o tempo mais seco. O maior alerta vai para os setores de Pouso Alegre e Janaúba (MG) onde o sol predomina e os índices de umidade se aproximam dos 30%.
Sul
Neste início de semana, a passagem de uma nova frente fria de fraca intensidade, deve trazer novos episódios de chuvas sobre o Rio Grande do Sul. Essas chuvas devem ser expressivas na região de Bagé, com registros que podem se aproximar dos 20 mm no decorrer do dia. As instabilidades avançam principalmente no período da tarde. Ainda faz calor na região, com os termômetros superando os 34°C em Santa Maria. Em Santa Catarina, o predomínio é de tempo firme, temperaturas elevadas, mas não são descartadas algumas pancadas isoladas e passageiras. No Paraná, as condições e chuvas serão mais abrangentes, mas seguindo aquele comportamento de pancadas isoladas e grande irregularidade nos volumes, com até 15 mm nas imediações de Jaguariaíva.