Ministério da Saúde prioriza vacina feita pelo Instituto Butantan; Anvisa autorizou venda de alternativa japonesa.
O Brasil pode quebrar em 2023, pelo ano seguido, o recorde de mortes por dengue, mas o governo Lula parece não estar muito preocupado com esse risco.
O Ministério da Saúde disse que a vacina contra a dengue produzida pelo laboratório japonês Takeda, autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde março, ainda precisa de análise e que ela pode demorar até um ano para ser incorporada ao sistema público.
Segundo O Globo, o governo irá priorizar uma vacina que está sendo produzida pelo Instituto Butantan desde 2009. O imunizante sequer teve a pesquisa finalizada e pode ser liberado pela Anvisa apenas em 2025.
Chamada de Qdenga, a vacina japonesa registrou eficácia de 80,2% contra a dengue de qualquer sorotipo e pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos. Sua dose pode ser adquirida por até R$ 500.
De acordo com o Centro de Operações de Emergências de Arboviroses, o país já registrou 1,38 milhão de casos prováveis de dengue até o início de junho, 22% a mais que o registrado no mesmo período de 2022, quando o país registou 1.016 mortes pela doença, 162,5% a mais do que no ano anterior.
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa disse a O Globo que “esperar uma vacina do Instituto Butantan pode custar vidas, principalmente dos grupos mais vulneráveis”.