O Ministério Público Federal decidiu arquivar a notícia de fato apresentada contra Jair Bolsonaro pelas declarações homofóbicas em relação ao guaraná Jesus, em 2020, após visitar o Maranhão.
Em outubro de 2020, aos risos, Bolsonaro disse ao beber um copo do guaraná Jesus, refrigerante popular no Maranhão:
— Agora eu virei boiola. Igual maranhense, é isso? Guaraná cor-de-rosa do Maranhão aí, quem toma esse guaraná aqui vira maranhense.
Após o episódio, os deputados federais Fernanda Melchionna (RS), David Miranda (RJ), Sâmia Bomfim (SP), a estadual Luciana Genro (RS) e o distrital Fábio Félix (DF), além da ativista trans Natasha Ferreira e das vereadoras Erika Hilton (SP) e Mônica Benício (RJ), acionaram o MPF.
Passado um ano, o órgão então decidiu arquivar o pedido alegando que o presidente não teve intenção de atacar a comunidade LGBTI+ e nem ao povo maranhense.
O procurador Aldo de Campos Costa escreveu:
“Das falas impugnadas, não se extrai o objetivo de fazer com que determinados grupos de indivíduos sejam reprimidos, dominados, suprimidos ou eliminados. À luz dessas circunstâncias, conclui-se que as afirmações lançadas no expediente não consubstanciam ofensas discriminatórias de caráter negativo e, em virtude disso, não estão inseridas no conteúdo proibitivo da norma em questão”.
Autora da notícia de fato, Fernanda Melchionna criticou a decisão e promete recorrer:
— Além de demorar mais de um ano para apresentar uma posição, o Ministério Público lamentavelmente ignora a realidade cruel do nosso país, que é um dos que mais mata e discrimina pessoas LGBTI+ no mundo. Declarações jocosas contra homossexuais vindas da principal autoridade do país potencializam a violência. O MPF cruzar os braços em relação a isso, alimenta ainda mais a atmosfera de impunidade. Homofobia é crime e vamos recorrer.
Do colunistas Lauro Jardim
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